[11:58 PM]
A lista de filmes selecionados esse ano para o Festival do Rio conta com alguns títulos bem interessantes, mas tenho a impressão de que, assim como a escalação do Tim Festival 2008, possui o conjunto mais fraco dos últimos anos. Não sei se o ano passado me acostumou negativamente, pois só a oportunidade de conferir os últimos projetos de três grandes cineastas da contemporaneidade me fez relegar a grande maioria dos outros filmes ao segundo plano. Eram Lynch, Tarantino e Van Sant, e não só as expectativas se confirmaram com total precisão (três filmes, três obras-primas) como também fizeram com que o Festival valesse a pena só por esse pequeno pacote. Esse ano, embora tenhamos filmes indispensáveis na lista – o que dizer do entusiasmo em torno do mais recente filme do Philippe Garrel após Amantes Constantes? Será meu primeiro ingresso a comprar -, o Festival do Rio não estará entre as minhas prioridades durante os próximos dias, já que o CCBB aparece na área com a grande jogada do ano, a mostra Oriente Desconhecido, que traz três dos quatro filmes produzidos pelo cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul (crianças, não tentem reproduzir isso em casa), um dos nomes mais reverenciados do panorama asiático da atualidade. Eu, pra falar a verdade, já não agüento mais de curiosidade para conferir o que de tão magnético existe nos filmes do Apicha que anda deixando não só a “nova crítica” como também uma parcela enorme de cinéfilos maravilhada com o poder das imagens do cara. Será então a oportunidade perfeita, já que Mal dos Trópicos e Síndromes e Um Século (que passou no Festival do ano passado) serão exibidos em película, ao passo que Eternamente Sua chega em DVD, mas nem por isso deixa de ser menos do que imperdível. Além do tailandês, a mostra do CCBB ainda traz filmes de Hou Hsiao-hsien (Three Times) e Jia Zhang-ke, dois nomes que representam com muita propriedade o que de melhor vêm sendo produzido pela indústria cinematográfica oriental. Enfim, pros cariocas, fica a dica para aproveitar algo muito além do que o Festival do Rio propõe. A programação já está disponível. E quanto aos filmes que eu pretendo assistir durante os próximos dias, provavelmente serão esses daqui:
- Redacted, Brian De Palma - La Mujer Sin Cabeza, Lucrecia Martel - La Frontière de L'Aube, Philippe Garrel - Night and Day, Hong Sang-soo - Four Nights with Anna, Jerzy Skolimowski - En La Ciudad de Sylvia, José Luis Guerin - La leonera, Pablo Trapero - Liverpool, Lisandro Alonso - Feliz Natal, Selton Mello - Vicky Cristina Barcelona, Woody Allen - O Silêncio de Lorna, Luc e Jean-Pierre Dardenne
A ausência mais sentida (e que provavelmente foi fator fundamental para minha decepção com a lista de pré-selecionados que saiu uns dias atrás) foi a de Two Lovers, o novo filme do James Gray que estreou no último Festival de Cannes. Tô louco pra ver esse filme, bicho, não vejo a hora do 5 de dezembro chegar logo, contando com a esperança de que a Playarte honre seu compromisso de lançá-lo nos cinemas nacionais nesse dia. E toda essa listinha aí de cima, claro, será revisitada até onde minha grana permitir. De cabeça são os que lembro ter colocado como prioridades, só que provavelmente tentarei pegar mais alguma coisa perdida entre o batalhão de filmes do Festival. O segredo é ficar de olho nas recomendações do pessoal que entende do recado, blogs, revistas virtuais e fóruns do Orkut são mais do que úteis nessas horas. Será que dá pra pegar o Miyazaki? Qualquer coisa novidade vou avisando por aqui.
|